14 outubro 2016

Carlos Gonzáles x Alimentação: Acho que vão gostar!



Este ano e apenas este ano, pude conhecer o trabalho de um Pediatra e escritor que estou apaixonada e a única coisa que posso dizer á vocês de inicio é: "Acho que vão gostar!" 


Em uma das andadas pelas redes uma amiga partilhou um magnífico vídeo deste escritor a falar sobre a alimentação de bebés e crianças e escreveu-me as seguintes palavras: "Olha isso Thais, é sobre alimentação!"

Essa amiga de fato me conhece!

Quando vi o nome do senhor, professora de espanhol que sou, pensei " AAH Carlos Gonzáles !!! Puf... Não conheço. ( Deveria?) ( Sim, deveria! kkk)" Como é um tema que muito me agrada, resolvi tirar um pedaço do meu tempo para ver. 






Descobri um profissional extremamente inteligente, com um sentido de humor excepcional. Estou rendida!



 A sabedoria popular já diz que a maternidade faz com que as pessoas mais convictas "queimem suas línguas"
Acho que vocês devem ter percebido que o Pedro come até da forma mais "saudável" que posso oferecer, porém,como é sabido, o exemplo vem de casa, e o que me preocupava era que minha alimentação sempre foi uma porcaria, desde infância até uns cinco anos atrás e hoje meu paladar não aceita muitas coisas que não me foi oferecido em infância e em contra partida também não aceita o que me foi oferecido de forma forçada. Dessa forma eu acho que as vezes INSISTO DEMAIS , no objetivo de querer a alimentação mais saudável possível á ele, oferecer aquele legume que o meu filho já quase DESENHOU que não vai conseguir tolerar. 

Dos 6 meses, quando foi feita a introdução de alimentos, até 1 ano de idade, meu filho, de fato, comia de tudo, cada prato maior e mais variado do que o outro, de dar orgulho em qualquer mamãe! No entanto, a partir de seu primeiro aniversário, de repente, ele passou a rejeitar comida doce na maioria das vezes, e isso incluindo os legumes que também ficam longe de salgados, além de pepino, peixe e enfim, alguns!
Parecia que ele estava com verdadeira ojeriza à alguns alimentos!


Cansada de experimentar esse sentimento de verdadeira frustração, já que é muito decepcionante passar horas preparando uma refeição que o destinatário sequer prova de novo porque já sabe que não gosta, além da contínua preocupação em relação aos nutrientes necessários ao seu desenvolvimento, acho esse ( agora guru)  pediatra espanhol, Carlos Gonzalez,e a escritura do livro "Mi niño no me come", em espanhol ( que não terminei de ler) e estou de fato me colocando na verdadeira posição de introdutora de alimentos. 


Recomendo a verem o vídeo , favoritem ele em seu computador pra que não esqueçam de assistir, tem legendas em português (do Brasil), mas tenho que deixar aqui as passagens com que mais me identifiquei, e com as quais partilho inteiramente a opinião do Carlos.



Preferimos comer comida normal, escolher a nossa comida, comer a quantidade que temos vontade, embora isso signifique que algumas pessoas errem. (...) Queremos o privilégio de escolher a nossa alimentação, ainda que ela não seja perfeita, e queremos que os nossos filhos tenham esse mesmo privilégio. (...) Que sejam livres para decidir a sua alimentação. E esse é o objectivo da alimentação complementar dos bebés.


(...)


A criança que leva à boca sozinha um único fio, um macarrão, um único pedaço de pão, um único pedaço de frango, está avançando no caminho em direção a comer de forma normal. (...) Está avançando, está aprendendo coisas importantes! Está aprendendo a agarrar a comida com a mão, a levá-la à boca, a distinguir os sabores e as texturas dos alimentos. Está aprendendo a tomar decisões, "isto gosto, isto não gosto". (...) Ele não tem que gostar de tudo igualmente. (...) Está aprendendo que comer é algo agradável.


- ESSA PARTE QUE ELE FALA SOBRE APRENDER A TOMAR DECISÕES É SENSACIONAL!

Por outro lado, a criança na qual enfiam 250gr de puré de legumes, tudo triturado... às vezes há crianças às quais dão legumes na mamadeira, quase repugnante! Dão a elas 250gr de puré de legumes, à base de distraí-las, de tapar narizes para que abram as bocas e enfiar, e enganá-las, e a criança protestando e chorando, e os pais insistindo, "esse menino não aprende nada!" Ele não aprendeu a agarrar a comida, não aprendeu a metê-la na boca, não aprendeu a mastigar, não aprendeu a deglutir, é tudo líquido. Não aprendeu a distinguir os sabores e texturas dos alimentos, porque tudo tem a mesma textura, está tudo batido, e tudo tem o mesmo sabor, porque está tudo misturado. Não aprendeu a tomar decisões, vão enfiar da mesma maneira, se ele quiser ou nãoEssa papinha foi inútil, a criança comeu tudo e não aprendeu nada.


(...)


A criança que leva meses comendo purés na base da obrigação e de ser distraída não está mais perto de comer um prato de macarrões. Está ainda mais longe. Temos que tirar o puré, desacostumá-la ao puré, que tanto nos custou a acostumá-la, e ela ainda tem que comer o seu primeiro macarrão.


(...)


Comer de forma normal consta de duas partes: uma, é comer comida normal, e depois, comê-la de forma normal. A forma normal é sem triturar, com a sua própria mão, ou com o seu próprio garfo, ou a sua própria colher, mastigando levemente e comendo o que quiser, quando quiser, não comendo o que obrigam a comer.


(...)


E a comida que eu como normalmente, será saudável para o meu filho? Pois vá averiguar. O importante para a futura saúde  da criança, não é o que ela vai comer aos 6 meses, ou o que vai comer entre os 6 e os 12 meses. O importante é o que ela vai comer durante os próximos 30 anos, que será provavelmente o que ela comerá a vida toda. 


Por exemplo, quando costumamos dizer que não se deve pôr sal na comida dos bebés, que não se deve dar açúcar (...), não é porque nessa idade eles fazem mal. É porque nós gostaríamos que as crianças se acostumassem a ter uma alimentação mais saudável que os seus pais. Mas não estamos a conseguir, é um fracasso total. Porque a mesma criança que aos 8 ou 9 meses tem uma dieta perfeita, uma dieta que seria aprovada por qualquer supervisão, o seu legume fervido, o frango na chapa, e nada de sal, e nada de açúcar, tudo maravilhoso... essa mesma criança aos 2 anos come batatas fritas de pacote, come rebuçados e doces, e bebe coca-cola. Para isso, não precisava começar tão bem. Se aos 2 anos você começa a dar ao seu filho batatas fritas de pacote e coca-cola, você já pode começar aos 6 meses, que diferença faz? 

O que vai determinar a pressão arterial dessa criança, quando ela tiver 30 anos, não é o que ela tomou aos 6 meses, mas sim quanto sal ela tomou por 30 anos, quanto açúcar ela comeu por 30 anos, quanta gordura saturada ela comeu por 30 anos. Então, o que se deve fazer não é os pais comerem qualquer porcaria e darem ao filho a dieta saudável. Porque esta criança no ano que vem, ou em 2 anos no máximo, vai comer o mesmo que seu pais. O importante é que os pais tomem a decisão consciente de fazer uma dieta saudável. (...) E o que nós, profissionais de saúde, deveríamos fazer, não é explicar a uma mãe como preparar uma papinha de bebé perfeita, mas sim explicar às mães como preparar uma dieta saudável para a família toda.

(...)


Muitas famílias se preocupam, se a criança vai engasgar com a comida. Se ela come a comida com pedaços, é claro que ela vai engasgar. É absolutamente impossível que uma criança a comer sólidos e não se engasgue nunca. Da mesma forma, é impossível que elas comecem a caminhar e nunca caiam no chão. (...) Se não deixarmos que ela prove sólidos com 8 meses, com 6 meses, com medo de que se engasgue e não lhe oferecemos até os 2 ou 3 anos, o que vai acontecer é que ela vai engasgar com 2 ou 3 anos.


(...)


As crianças passam, ao longo do seu desenvolvimento por períodos chamados "janelas de oportunidade", no quais aprendem determinadas coisas, em que desejam aprender determinadas coisas. Chega um momento em que tudo o que a criança deseja é gatinhar, chega um momento em que tudo o que ela deseja é ficar em pé, chega um momento em que tudo o que ela deseja é andar, falar ou comer. (...) Quando deixamos a criança fazer as coisas no momento em que ela sente esse desejo, ela se esforça, repete algumas vezes e logo aprende a fazê-las bem. Mas é muito fácil cair na tentação de não deixar. Se você deixa o seu filho comer com a própria mão, ele come pouquinho, come devagar, se suja e as coisas caem no chão. (...) É muito fácil cair na tentação de você fazer tudo. (...) Mas ele não aprendeu nada. É importante deixar ele fazer as coisas na hora em que sente esse desejo.


(...)

Jamais, jamais deve obrigar uma criança a comer, por nada desse mundo, sob nenhuma justificativa, em nenhuma circunstância, por nenhum método.


(...)

Jamais se deve usar a comida como prêmio ou castigo.




[edit]: vídeo foi retirado da internet. 

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