21 fevereiro 2016

Sem batom





Percebi quando ela apertou sutilmente, o crucifixo que tinha em seu pescoço, quando quem sabe pedia a Deus ou a seus santos o que eu não poderia jamais lhe dar.

Seus dedos deslizavam lentamente pelo braço, enquanto sua respiração batia como a queda d´água sobre as rochas mais pesadas.

Escutei seu respirar. Eu senti o seu arder. Procurei seu calcanhar em que nunca iria me acorrentar.

"Lábios Labirintos, instintos sacanas, olhar que engana".

Ela parecia inverno e eu era outono.

Seu batom pouco se via, eu também não queria me melar. Um abajur, uma luz ajena, cortina carmim e a fumaça do meu cigarro sem fim. Enlouquecia quando a via perto de mim.

Sentada no café da cidade, pediu um chá, puxou seu livro, colocou seu óculos, olhou para mim, mas não me viu.

Poucos goles, goles longos.

"O que ela teria ? E se eu me levantasse daqui e fizesse ela ver o tanto dela que há em mim ?"

Tem sido assim. Na madrugada de um green, eu penso nela e ela se quer sabe de mim.

Por favor, quando voltar amanhã,olha pra mim.

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