A expressão em inglês pode parecer
complicada, mas é até provável que você já tenha praticado algo
parecido com seu filho ou conheça alguém que o faça, por puro instinto. O
método BLW teve o nome criado pela agente de saúde britânica Gill Rapley,
autora do livro Baby-led
Weaning: Helping Your Baby to Love Good Food (Desmame
Guiado pelo Bebê: Ajudando seu Filho a Amar Boa Comida) e tem ganhado cada vez mais adeptos pelo
mundo.
Consiste em oferecer a comida em pedaços e permite que o bebê se sirva sozinho.
Consiste em oferecer a comida em pedaços e permite que o bebê se sirva sozinho.
A ideia principal é deixar que eles se
sentem à mesa e participem das refeições
familiares já a
partir dos 6 meses de vida. Legal né ? Os pais colocam os alimentos cortados ao
alcance e eles escolhem quando
e como levar os pedaços até a boca. “O método BLW não é novo – muitos
pais, do mundo inteiro têm praticado há anos. O que acontece é que agora a
prática tem nome”.
A recomendação
oficial da Organização Mundial de Saúde é que os pais comecem a oferecer
alimentos para complementar a nutrição com leite materno ou fórmula assim que os filhos completarem 6 meses.
Os pediatras orientam que essa introdução seja feita com as tradicionais papinhas.
Deve-se começar de forma pastosa (papas ou purês) e, gradativamente,
aumentar a consistência até chegar à alimentação da família. Eu introduzi as papinhas primeiramente, por recomendação da pediatra, e eu como mãe de primeira viagem, assim fiz. Mas concordo que a amamentação é absolutamente
dominada pelo bebê, desde os seus primeiros minutos de vida (e isso já
vemos). Então, nada mais fisiológico e racional do que seguirmos o mesmo
princípio quando, após o sexto mês, iniciamos a oferta de alimentos sólidos. Eles também respondem bem. Não completou nem um mês de alimentação complementar com o Pedro e ele já estava nos sólidos.
Eu praticava o BLW antes mesmo de saber a
nomenclatura. Colocava o Pedro sentado, com os que estavam na mesa, na hora das
refeições, e disponibilizava os alimentos apropriados para ele. O pai dele
cortava as vezes os alimentos no formato que ele conseguia pegar e levar até a
boca sozinho. Cenouras cozidas e cortadas em forma
de palitos ( que descobri através do BLW que ele não gosta, por exemplo) ou
ramos de brócolis, ( o Pedro até hoje ama brócolis) também cozidos, são boas
alternativas. O caráter saudável é uma característica que merece destaque no método.
No início, é esperado que seu filho brinque
mais com os alimentos do que coma. Se acontecer, tudo bem! Não se preocupe nem
insista. Jamais o obrigue a comer, com promessas ou distrações, muito menos com
gritos, castigos ou ameaças. “Dizer a uma criança que ela se alimentou
pouco e precisa comer mais é tão absurdo quanto falar que respirou pouco e
precisa respirar mais”. Aprendi isso com muita luta e foi lendo um livro.
Porque a gente quer que eles comam TUDO. Quem não quer né? Mas é preciso respeitar
isso.
Uma das grandes vantagens do
BLW é que ele oferece aos bebês a oportunidade de conhecer diferentes texturas
e sabores. A cada refeição, eles vivem experiências novas e desenvolvem a
capacidade de diferenciar o que gostam do que não gostam de comer, o que é
impossível quando se trata das papinhas, já que os ingredientes estão
misturados, dificultando a identificação dos sabores.
Além disso, o método estimula a autonomia desde cedo, já que permite
escolher o que, quando e quanto se come. Tava vendo que um estudo publicado
pelo British Medical
Journal concluiu que
bebês que se alimentam sozinhos têm menos risco de se tornarem obesos no
futuro, em comparação com os que recebem as papinhas. A explicação que eles dão
é que, eles desenvolveriam mais cedo a capacidade de regular o próprio apetite e de identificar o momento em que estão
satisfeitos. Sem contar que ganham a chance de praticar a coordenação motora e
as habilidades sociais, ao participar das refeições em família. Concordam ou
não com a informação ? Eu estou de acordo !
Outro benefício é que a vida também costuma
ficar mais fácil para os pais.
Sobre engasgar, que acho que é uma das
perguntas mais ouvidas por quem opta pelo BLW ,o chamado gag reflex, é um reflexo
frequente quando as crianças ainda estão se habituando com os alimentos
sólidos, a diferença é que, nesse caso, o bebê não fica com a passagem de ar
obstruída. Ele apenas se atrapalha algumas vezes, os olhos enchem de lágrimas
por alguns instantes, mas ele mesmo consegue manejar o alimento e desengasgar
rapidamente.
Mas, para evitar situações de aperto, é
importante que os pais não tentem ajudar a criança a comer, segurando o
alimento em sua boca. Se ela não consegue fazer isso sozinha, provavelmente,
não está pronta para lidar com aquele determinado item de forma segura. Então
esteja atenta aos sinais do seu filho. Também é normal que a comida caia no
chão, de início, porque a habilidade de levar o alimento ao fundo da boca
para engolir se desenvolve depois da capacidade de morder e mastigar.
Os pais dispostos a aderir ao BLW terão uma
parte da rotina aliviada, já que não precisarão preparar pratos separados para
o bebê, nem dar a comida na boca, por outro lado, terão mais trabalho para
limpar o cadeirão e o ambiente onde eles fizerem a refeição. É que a
curiosidade dos pequenos pelo alimento não se limita apenas ao toque e à
descoberta do sabor. Assim como eles fazem com os brinquedos e outros objetos,
também vão atirar o prato e a comida para o chão, por exemplo.
Para
facilitar, esqueça o prato pelo menos no começo, o prato desperta na criança
tanto interesse quanto os alimentos em si – um dos primeiros impulsos do bebê é
virá-lo para olhar o fundo. E lá se vai toda a comida. Limpe bem o cadeirão
antes e depois das refeições e disponha o alimento direto na mesinha. E a
segunda dica é forrar o chão, onde você colocará a cadeira, com um
plástico. Assim, fica mais fácil recolher a sujeira. Mas não se preocupe. Seu
filho adora imitar vocês e é um observador atento. Antes do que você imagina,
ele vai aprender direitinho.
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