10 janeiro 2016

Guarda Compartilhada X Guarda Alternada

Quando eu estava grávida eu nem sonhava que um dia eu iria passar por esse momento da guarda compartilhada. Muita gente me falava que era terrível, e que você praticamente tinha que dividir o seu filho em dois pedaços pra que pudesse passar quinze dias com o pai e quinze com a mãe. E hoje vendo alguns relatos de outras mães solteiras e até mesmo dúvidas sobre assunto percebi que esse discurso não parou de confundir a cabeça de muitas e muitas pessoas. Bom,vamos entender um pouco sobre isso ?! 
Sem qualquer preocupação com o significado da expressão GUARDA COMPARTILHADA, muitos pais têm confundido o termo como tendo o mesmo significado de GUARDA ALTERNADA, e não é ! Quando eu e o pai do Pedro nos separamos procurei saber a fundo e claramente como funcionava tudo pra que eu pudesse assim agir da maneira mais correta, como manda o figurino. 

Na legislação Brasileira temos a figura da guarda unilateral e da guarda compartilhada. A guarda unilateral é aquela exercida por um genitor, restando ao outro o direito de visitas e de vigilância da educação e criação do filho. No caso, apenas um cria, e o outro visitaria vez e outra (dias estipulados) e ainda assim se comprometeria com a pensão. 

No Brasil encontramos vários conceitos para guarda compartilhada. Para alguns é a divisão, entre os pais separados, dos direitos e deveres em relação ao filho, proporcionando que as principais decisões sejam tomadas sempre em conjunto pelos genitores, mesmo estando os pais separados. Para outros é a possibilidade de se estabelecer, ainda, entre os pais, um esquema de convivência satisfatório da criança com ambos. 

Isto não significa necessariamente que a criança passe metade da semana com um ou com outro genitor. Cada família deverá encontrar um esquema onde será proporcionado a criança a manutenção dos laços parentais e uma convivência cotidiana com os dois genitores, imprescindível para a formação desta criança. 

A guarda compartilhada possibilita aos pais, conjuntamente, sem divergências, planejar convenientemente a guarda física do filho, definindo a sua moradia, ou seja, o local onde ele desenvolverá suas atividades diárias, a escola em que o filho vai estudar, as atividades extracurriculares que vai desenvolver, a exemplo de aprendizados de artes marciais, oficinas de dança, natação, esportes em geral, plano de saúde etc., sem que haja privilégio de nenhuma das partes, mesmo estando o filho morando apenas com um deles. Aqui em casa funciona assim. Muita gente me pergunta quantos dias o Pedro passa com o pai, e vou explicar por cima como funciona. Semana comigo, final de semana com ele, feriados ( divididos) - Ex: Natal comigo, reveillón com ele, próximo natal com ele e reveillón comigo. Viagens vezes autorizada ( quase sempre), vezes não. E assim vai ... Tudo conjuntamente. 

Estudos psicológicos e sociais concluem que a criança necessita, para ter uma saudável formação, ter um contato que lhe proporcione situações da vida cotidiana com os dois genitores, o que não é conseguido com a tradicional tendência de ser atribuído a um dos genitores a companhia do filho somente em finais de semanas alternados. 

Concluindo então, o que chamam de guarda compartilhada é a possibilidade dos dois genitores permanecerem unidos nas principais decisões da vida do filho, mantendo, ainda, uma convivência cotidiana com a criança, diferente dos finais de semanas alternados. 
Caso você não tenha uma boa relação com o pai do seu filho, vai doer um pouco quando por exemplo você tiver que abrir mão de NÃO PASSAR OS FINAIS DE SEMANA COM SEU FILHO, ai você pode alterna-los. Um final de semana com um, e o outro final de semana com o outro. Aqui isso não funciona bem, porque eu acredito que o Pedro passaria muito tempo sem o contato com o pai, então preferi todos os finais de semana com ele, caso ocorra algum imprevisto de, por exemplo, eu tenha que levar ele em uma festinha de algum coleguinha, eu fico no final de semana. 
O juri recomenda que em dias em que a criança esteja doente, permaneça com a mãe e não vá para a casa do pai, eu concordo kkkk. As mães agradecem! 

Nós como mães, temos que ter claro que nos  rompemos  uma relação conjugal mas quanto aos filhos nada mudou, nada foi rompido e devemos a todo custo manter os laços parentais da criança com os dois genitores.

A questão da pensão alimentícia não será mudada com a adoção da guarda compartilhada, ou se mudar alguma coisa será muito pouco. Nossa legislação determina que os dois genitores são responsáveis pelo sustento dos filhos menores, na proporção de seus rendimentos e deverá ser da mesma maneira, quando da adoção desta modalidade de guarda. Com isto, aquele genitor que detém rendimentos mensais maiores, deve contribuir com uma valor maior para o sustento do filho deixando sempre claro que a adoção desta guarda compartilhada NÃO TEM O CONDÃO DE DIMINUIR O PAGAMENTO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA.

Já a Guarda ALTERNADA, é aquela em que o filho passa uns dias com a mãe e outros tantos com o pai, sem que haja a preocupação de definir conjuntamente as atividades do filho, mas com a responsabilidade de cada um oferecer o melhor para a criação e formação da criança.Normalmente a criança permanece um período muito maior com cada genitor, muitas vezes por meses. Esta modalidade de guarda não é a mais adequada (quando os pais vivem perto), se levarmos em conta que esta ausência prolongada desfavorece o convívio familiar devido ao afastamento de cada genitor por longos períodos. Esta guarda ALTERNADA é muito parecida com a Guarda UNILATERAL, porque a criança terá sua convivência cotidiana com apenas um genitor e será educada por apenas um dos genitores (as decisões não são conjuntas), alternando esta situação após o decurso do tempo (normalmente um ano, um semestre).

Agora que já sabemos a diferença de uma guarda pra outra, muitas mães e perguntam como eu agiria se meu filho nunca houvesse tido contato com o pai  até os dois anos de idade, se eu deixaria o Pedro ficar ainda assim mais de um dia longe de mim. Dormir na casa do pai dele por 2 ou 3 dias ... É complicado pensar nisso né? Porque essa não foi a minha realidade, eu entendo bem a preocupação e resistência das mães neste caso, e acho que a melhor solução inicialmente, até que os laços fossem construídos, seriam as visitas dos fins de semana, mas quando a criança tem contato com o pai desde pequeno não vejo problema nos três dias não, temos sempre que nos colocar ao lugar do outro também. Mas existe sempre várias e várias situações e realidades. Cada um com a sua. Conheço várias mães que deixam os filhos passarem o fim de semana com o pai assim como eu e isso é ótimo pra criança. 

Lembro que quando eu me separei muitas pessoas falavam: Se prepara porque agora o Pedro Lucas vai passar 15 dias com você e 15 dias com o pai. Gente, é um absurdo uma pessoa que não sabe da missa a metade falar uma coisa dessa, por isso achei que seria interessante vir aqui e aclarar um pouco sobre isso que vivo. Muitas mães ficam sem saber como lidar com essa situação e acabam acreditando no que ouvem e podem até fazer uma loucura que prejudique seus pequenos. 

Esse assunto é longo, mas espero ter esclarecido algumas coisas dessa dicotomia tão falada por ai. Espero que tenham gostado. Até o próximo post.

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